Dons Carismáticos

OS DONS CARISMÁTICOS


Corinto era uma cidade portuária muito grande, rica, movimentada, de muito comércio. Ao mesmo tempo, era pagã, cidade de muita degradação e depravação. Corinto era uma Sodoma, uma Gomorra. Tanto que as matronas de Corinto, as damas importantes da cidade, quando recebiam os seus hóspedes, achavam que era natural, até mesmo de bom tom, dormir com eles.


Mas o Evangelho entra com muita unção em Corinto: e é impressionante que Paulo tenha ido para Corinto depois do seu fracasso em Atenas. Ele fracassou no Areópago ateniense, indo em seguida para Corinto, muito humilde, muito simples. Foi aí que a unção do Senhor penetrou naquela cidade e a transformou. São Paulo escreveu duas importantes cartas aos Coríntios. Abra sua Bíblia na Primeira Epístola aos Coríntios 1,1-7:
"Paulo, chamado a ser apóstolo de cristo Jesus pela vontade de Deus, e Sóstenes, o irmão, à Igreja de Deus que está em Corinto, aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos com todos os que invocam em todo lugar o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso; a vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. Dou graças a Deus sem cessar a vosso respeito, pela graça de Deus que vos foi dada em Cristo Jesus.


Porque nele fostes cumulados de todas as riquezas, todas as da palavra e todas as do conhecimento. É que o testemunho prestado de Cristo se confirmou em vós, de tal modo que não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a revelação de Nosso Senhor Jesus Cristo".
Não faltava dom algum à comunidade de Corinto. O objeto da carta é pôr as coisas no lugar, acabar com os desvios e abusos cometidos.
Já no início, Paulo fala das divisões da comunidade. Vai apontar no cap. 3 a verdadeira causa das dissenções. No cap. 5, o que está escrito no título é: "Um caso de imoralidade". Havia escândalos na comunidade, e qual é o primeiro deles?
comunidade com graves problemas!


Mas, não obstante todos esses problemas comunitários, não faltava dom algum. Justamente porque aquela comunidade tinha problemas, Deus dispusera que lá também estivessem todos os dons, porque se tratava de uma comunidade que veio do paganismo, da corrupção, da depravação. Era preciso que não lhe faltasse dom algum, para que homens, mulheres e jovens fossem evangelizados. Era preciso que estivessem cheios do Espírito Santo.


"É ele também que vos confirmará até o fim, para que sejais irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Cor 1,8).
Hoje o senhor quer que as sodomas e gomorras que são as nossa cidades, que as "coríntios" que são as nossas cidades, sejam mergulhadas no Espírito Santo, que não lhes falte dom algum, enquanto aguardam a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Era isso que Paulo dizia naqueles tempos. Hoje o Senhor está à porta.
"Entra Senhor Jesus"
Ele está perto, muito perto mesmo. Claro que, para Deus, mil anos são como um dia, e um dia são como mil anos. Por isso é que se faz necessário que estejamos suficientemente convertido.


E enquanto aguardamos a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo, precisamos dos dons do espírito para a nossa transformação pessoal. A noiva precisa estar preparada para quando o esposo chegar. A noiva é a Igreja, a noiva somos nós, reunidos hoje. A noiva não é uma pessoa, a noiva é um corpo. A noiva somos nós que fomos trazido da rua para a sala do banquete. Deus foi nos buscar nas encruzilhadas da vida e nos trouxe para sala do banquete da festa do seu filho que está para chegar. Somos a noiva aguardando o esposo. Há ainda muitos irmão na rua. Somos enviados a buscá-los; este é o nosso trabalho: ir e voltar. Estamos na sala, já temos um lugar garantido. Nosso trabalho é ir e voltar, trazendo irmão para a sala do banquete, para que todos aqueles que são do Senhor e querem aceitar os seu convite venham. Façamos esse trabalho, por nossos irmãos machucados e feridos, amarrados, presos, escravizados pelo inimigo. Escravizados a todo tipo de pecados, vícios e prisões. Prisões da mente, dos corações, da incredulidade. Para que eles possam vir, são necessário os dons, e todos os dons. Os dons são ferramentas com as quais libertaremos nossos irmãos.


Oremos juntos:
Eu sou salva-vidas e preciso salvar os meus irmãos. Para isso, necessito de ferramentas poderosas, os dons do Espírito Santo. Eu quero, Senhor, eu preciso, Jesus, de todas essas ferramentas, sem exceção, para salvar os meus irmãos.
Os dons são ferramentas. Na nossa própria casa, há gente morrendo de sede, sede de Deus. Gente morrendo de fome, fome de Deus. Gente, dentro de sua casa, que talvez durma na sua própria cama. Que dorme junto com você, mas está morrendo de fome, de sede. Nós não podemos negar ajuda a esses irmão. Você não pode negar a seu marido, esposa, filhos, aos seus pais, a sua mãe, o poder do Espírito Santo; eles necessitam Dele.
Não nos será possível livrar nosso irmão só com o nosso trabalhinho, com a nossa exortação. Se não for pelo poder do Espírito Santo, por meio dos dons do Espírito, não o conseguiremos.


Diga comigo:
Vem, Senhor Jesus. Vem agora com o teu Espírito, com poder.
Vem com os dons espirituais, ferramentas para a salvação de todos os nossos irmãos. Eu sou um salva-vidas, preciso dos dons do Espírito Santo.
No cap. 12 da Primeira Epístola aos Coríntios, S. Paulo vai falar claramente a respeito dos dons. Uma vez que não faltava dom algum àquela comunidade, era possível falar sobre eles.
"A respeito das manifestações do Espírito, eu não quero, irmãos, que fiqueis na ignorância" (1 Cor 12,1).
Eles já tinham os dons espirituais, mas era preciso que os conhecessem.


No cap. 14, S. Paulo insiste:
"Procurai o amor; aspirai às manifestações espirituais, sobretudo à profecia" (1 Cor 14,1).
Este versículo é muito precioso, porque S. Paulo é claro: "Procurai o amor".
Claro que temos de procurar o amor, o dom mais importante. Mas vejamos a continuação:
"Aspirai às manifestações espirituais".
"Aspirai", este termo é a chave da questão. Tanto quanto é preciso procurar o amor, é preciso aspirar aos dons espirituais.
Com o mesmo empenho com que se procura o amor, é preciso aspirar às manifestações do Espírito . "Aspirai às manifestações espirituais", diz S. Paulo: queiram-nas, busquem-nas, tanto quanto procuram o amor.
Alguns, com falsa humildade, dizem: quero praticar o amor ao próximo na forma de caridade porque sou uma pessoa boa, santa. Não preciso de dons espirituais, de carisma, sou uma pessoa humilde, quero continuar humilde. Não se trata disso. É ingenuidade, ou orgulho, pensar que é possível, sem ferramenta alguma, salvar os irmãos. Sabemos que para salvar os que estão soterrados sob os escombros deste mundo precisamos buscar todos os dons espirituais.
Não temam os dons!



02 - Conheça os Dons Carismáticos

Dom de Línguas

O primeiro dom que se manifestou foi o de línguas. Em pentecostes, os discípulos, junto com Maria, ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a orar, a louvar, a cantar numa língua nova, a língua do Espírito Santo. Alguns interpretaram o acontecimento e disseram: "Eles louvam a Deus, estão cantando as glórias de Deus, e nós estamos entendendo com o coração". Outros estavam ali como curiosos, brincando, zombando, dizendo que os discípulos estavam bêbados.
Pedro explicou: "Não estávamos bêbados; pelo contrário, está se cumprindo a profecia de Joel. O primeiro dom criou confusão.
O que é o dom de línguas? Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira, coisa qual nos enchemos é de oração. E por que isso? Porque o Espírito Santo é a ligação entre o Pai e o Filho. A oração é a comunicação entre o Pai e o Filho; Filho que fala ao Pai e o Pai que fala dentro da Trindade é feita pelo Espírito Santo. O Espírito Santo é oração.
Além disso, Ele é a ligação entre Deus e nós. A oração que vai e a oração que volta.
Que acontece hoje, no sistema de transmissão via satélite? De um ponto, se emite o sinal eletrônico, que chega ao satélite. E volta. E se espalha. O Brasil inteiro recebe o sinal, porque ele e parte de um ponto, do Rio de Janeiro, por exemplo, reflete-se no satélite e volta na forma de "chuveiro". O Brasil inteiro recebe o sinal.
A oração é assim: é preciso que haja uma onda que a leve a Deus e volte. A nossa oração toca em Deus e volta como chuva, como chuva de graça, como chuva de poder de Deus. Quem leva o sinal até Deus e o faz cair, realizado a obra, é o Espírito Santo.
Quando somos introduzidos no Espírito Santo, saímos cheios de oração, porque o Espírito Santo é oração, uma oração de fogo, infalível.
Nós damos o combustível, que é o nosso ar. Movemos nossas cordas vocais, movemos a boca, a língua, geramos sons; e o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós. Fornecemos a expressão palpável, mas quem dá o conteúdo, o fogo e a oração é o Espírito Santo.
Você não imagina a importância dessa oração, o seu valor! Porque não somos nós orando simplesmente. É o Espírito Santo orando em nós!
Que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência. Movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a língua, a boca, e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo. Da minha inteligência? Não! Da inteligência do Espírito Santo. Essa é a mudança, e que mudança!
S. Paulo explica isso na Epístola aos Romanos, 8,26:
"Do mesmo modo, também o Espírito vem em socorro da nossa franqueza, pois não sabemos rezar como convém; mas o próprio Espírito interceder por nós com gemido inexprimíveis".
Essa explicação é bem simples: "gemidos inexprimíveis", quer dizer: gemidos que não podem ser entendidos, a não ser quando Deus dá a interpretação.
Quando ora por seu filho ou sua filha, você sabe exatamente do que eles precisam? Não. É por isso que o Espírito Santo vem em nosso auxílio: porque não sabemos o que pedir, nem sabemos orar como convém. Ele mesmo intercede por nós e em nosso favor, com gemidos inexprimíveis.
Daí as maravilhas acontecem, porque é o Espírito Santo orando dentro de nós, por nós. S. Paulo continua:
"E aquele que perscruta os corações sabe qual é a intenção do Espírito: com efeito, é segundo Deus que o Espírito intercede pelos santos".(Rm 8,27)
Quem é aquele que perscruta os corações e que sabe que o Espírito Santo deseja? É o Pai, é Deus, é Jesus. Esse que perscruta os corações, que olha bem dentro do coração, sabe o que o Espírito Santo está pedindo. Aquele que perscruta os corações sabe o que o Espírito deseja, ao interceder pelos santos.
Duas coisas aconteceram: primeiro, o Espírito Santo conhece muito bem as nossas necessidades e as apresenta ao Pai. Por outro lado, esse Espírito Santo pede ao Pai, pede a Jesus, de acordo com a vontade do Senhor, que intercede pelos santos. Ele não pede coisas erradas, não pede coisas à toa. Muitas vezes, pedimos coisas que não são para o nosso bem; podemos até pedir algo errado, ou até de maneira errada. O Espírito Santo, não.
Quando você ora no Espírito, Ele está pedindo primeiro de acordo com a necessidade; depois, de acordo com aquilo que Deus sabe que vai ser melhor. Portanto, a oração em línguas é infalível: daí seu valor.
Com ele, você intercede primeiro por si mesmo: louva, agradece, bendiz, mesmo sem estar entendendo o que fala.
O problema é que a oração em línguas nos humilha, faz com que nos ajoelhemos, toquemos com nossa cabeça o chão. Somos orgulhosos, vaidosos, auto-suficientes; queremos fazer tudo de acordo com nossa vontade.
Na oração em línguas, o Senhor nos humilha e nos diz: "Ponha-se de lado, porque agora eu vou agir. Não me atrapalhe mais". E o Senhor entra em ação, por meio de Espírito. Quando oramos em línguas, não temos o gozo dos sentidos, da nossa sensibilidade, da nossa inteligência.
No início, quando começamos a orar em línguas, a oração se torna uma satisfação e uma vaidade. Mas depois, quando passamos a orar todos os dias, o dom de línguas se torna algo muito simples.
Muita gente não ora em línguas porque tem medo, porque acha que orar em línguas é entrar em transe. E não é nada disso: entrar em transe não é orar no Espírito. Se há transe, já não se está mais em Deus.
Outros não oram em línguas por achar que quem ora não faz nada. Mas essa forma de orar é um dom de falar em línguas, e o falar cabe a mim. A pessoa faz tudo: respira, move as cordas vocais, os lábios, a língua, e solta o som. Algumas pessoas gostariam que o Espírito Santo fizesse tudo, inclusive falar; mas isso cabe a nós. Pedro estava na barca quando Jesus o chamou; e ele deu o primeiro passo em direção a Jesus, o passo da fé.
No dom de línguas, você solta os sons, e o Espírito Santo dá o conteúdo. Esta é a sua parte. Por isso, a melhor maneira de orar em línguas é soltar-se no meio dos outros. Se há um grupo orando em línguas, faça o mesmo. Não é assim que o passarinho aprende a voar? Não é assim que aprendemos a nadar? Alguns aprendem assim. E que bom quando aprendemos "no susto": a inteligência não atrapalha.
Há muito tempo, peço a Deus que conceda às pessoas a efusão do Espírito Santo. De que forma? Convido a pessoa a orar comigo, da mesma maneira como estou orando. Começo a orar, e a pessoa deve se soltar, a fim de deixar que o Espírito Santo ore em si. É algo muito fácil e simples.
É por meio da oração em línguas que nos aproximamos de Deus, e a transformação começa a ocorrer em nossos corações, em nossa vida, na vida daqueles a quem amamos. É pelos dons do Espírito e por seus frutos que o mundo começa a ser renovado.
Não há por que combater o dom de falar em línguas; não há por que pôr em dúvida - como o fazem muitos católicos, muitos padres e religiosos - esse dom, dizendo; "Para que isso de orar em línguas se ninguém entende nada?" Não é mesmo para os homens entenderem. A Palavra é clara: é para falar a Deus. E falar a Deus é orar.
O homem é corpo, alma e espírito, três coisas distintas umas das outras.
Corpo é corpo. Alma são as nossas faculdades interiores - pensamentos, sentimentos, emoções -, e o nosso espírito é algo mais; é a própria vida de Deus em nós; é a vida divina nos fazendo participantes da natureza do Senhor. Assim como nossa alma se manifesta aos outros por meio de nosso corpo - falando, gesticulando, escrevendo -, minha alma, igualmente, se manifesta a Deus por meio do meu espírito. Porque nós estamos mergulhados no Espíritos, Ele fecunda, inspira o nosso espírito, e o nosso espírito pode falar com o Senhor. Então, dos nossos lábios brotam sons; não da inteligência, mas do Espírito. E nem nós os entendemos.
Pensamos que só os grandes santos podem ter dom de línguas, quando ocorre justamente o contrário: esse dom é para aqueles que estão por baixo, que não sabem orar e por isso precisam do auxílio do Espírito. É o dom dos iniciantes, daqueles que começam vida no Espírito. Por isso, vemos que o primeiro dom que se manifestou no Novo Testamento é o dom de línguas: os apóstolos recebem o Espírito Santo e começam a orar em línguas, como, por exemplo, nas comunidades de Éfesio e de Jerusalém.
Assim como a chuva, as graças não caem à toa. O Senhor dispôs assim: que o céu seja atingido por nossas orações e então caiam as graças, as bênçãos. E que tristeza uma humanidade sem a graça de Deus! É como as terras que ficam anos sem chuva. O Senhor quer fazer chover do céu graças e bênçãos sobre toda a humanidade, e por isso nos dá, a nós cristãos, a possibilidade de orar no Espírito.
Somos apenas as vitrolas, os alto-falantes para que o Espírito ore em nós; emprestamos ao Senhor nossa garganta, nossas cordas vocais, nossa língua, nossa boca, para clamar os sons de louvor ao Senhor; os sons de súplica, de intercessão, em que o Espírito está intercedendo por nós, pelos outros, pela Igreja.
Pensa-se que no dom de línguas a pessoa está num êxtase tão alto que não vê mais nada, e começam a sair uns sons de sua boca que ela nem sabe que está emitindo. Não é isso. Não e êxtase nenhum. A pessoa está bem consciente de tudo; ela começa a falar quando quer e pára também quando quer. Outros, ainda, pensam até que a pessoa não quer falar; que ela segura a boca, fecha os lábios, mas "coisas estranhas" acabam sendo ditas. Algumas têm até medo: "Puxa, e se eu estou trabalhando e começo a falar assim, o que os outros vão dizer de mim?" não, isso não vai acontecer.
Temos de ceder ao dom. Se Deus nos tivesse dado o dom de chutar sempre certo, sempre no gol, precisaríamos chutar; ainda que fôssemos pernas-de-pau, precisaríamos fazê-lo, porque na hora do chute o Senhor nos daria a graça de acertar - o que não aconteceria, é claro, se não chutássemos. Igualmente, se você falar, o Senhor não lhe dará o dom. Assim é que começa o dom de línguas; a pessoa começa a soltar os sons, e então o Espírito Santo que está em nós dá o sentido, o conteúdo daquilo.
Porque muitos não conseguem receber? Porque não sabem disso.
Todos os seus precisam, todos os grupos precisam, e podem orar em línguas!
A oração em línguas não é feita somente para orar em grupo. É principalmente para orar sozinho. Em grupo é muito bom, mas podemos e devemos orar em línguas quando estamos a sós, pois é o que há de mais lindo, é o primeiro de todos os dons.
Você não pode falar palavras em português e em línguas ao mesmo tempo: ou você pára de falar em português e começa a soltar os sons que vêm aos seus lábios - embora não entenda o que está dizendo -, ou nunca vai orar em línguas.
Muita gente vê esse dom como uma coisa grandiosa e quando começa se decepciona: "É só isso?".
É, é o dom das crianças que vai se desenvolvendo dentro de você. É um dom que humilha, confunde nossa inteligência, porque oramos sem nem sequer entender o que dizemos. Ele nos dá a certeza de que não somos nada, pondo-nos em nosso lugar, em verdadeira humildade. É por isso que o Senhor quer que esse dom seja o primeiro. Pode acontecer, é claro, de o Senhor nos usar em outros dons e nós ainda não termos orado em línguas, mas na ordem normal ele é o primeiro dom, e também o menor.
O dom de línguas é o dom dos nenês. Damos mamadeira ao nenê para ele crescer forte e robusto. Da mesma maneira, o Senhor nos dá o dom de línguas para crescermos fortes e robustos na vida do Espírito. E, como precisamos sempre ser alimentados e construídos, temos necessidade de oração em línguas a vida inteira.
"Desejo que todos vós faleis em línguas, mais prefiro que profetizeis. Aquele que profetiza é superior ao que fala em línguas, a menos que este dê a interpretação, para que a assembléia seja edificada" (1Cor 14,5)
Paulo não é contra o dom de línguas, mas por outro lado não quer que fiquemos eternamente na infância espiritual; ele quer que comecemos falando em línguas e depois cheguemos também a profetizar.

Dom da Interpretação das Línguas

Normalmente, nem aquele que fala línguas nem outros entendem o que se enuncia. Mas o Senhor, muitas vezes, quer que aquela oração seja de edificação para a comunidade; quer usar o veículo das línguas para falar à comunidade. Então, o Senhor dá à mesma pessoa ou a outra pessoa, o dom de interpretar - não se trata de tradução.
Às vezes, Deus nos fala por meio do dom de profecia em línguas. Nossa oração em línguas é uma oração de louvor, de adoração para Deus; não precisa de interpretação. Mas quando Deus usa o mesmo canal de oração em línguas para nos dirigir uma palavra de profecia, faz-se necessária a interpretação, do contrário a profecia não pode ser feita.
No momento em que o grupo de oração se reúne, naquele instante de silêncio, algém é movido pelo Espírito Santo a falar em línguas; e fala algumas frases em línguas. Deus suscita nesse momento o dom da interpretação, ao qual precisamos estar abertos. Como acontece isso?
Vem à nossa mente, a nosso coração, a interpretação, o sentido daquelas palavras em línguas. E isso nos vem da mesma forma que o dom da profecia.
Sentimos a interpretação nascer em nós.
Esse dom é muito precioso, ele causa uma impressão maravilhosa na assembléia. É uma palavra muito forte, muito consoladora, que vem de Deus, e é expressa na linguagem dos anjos, na linguagem própria do Espírito Santo.

Dom da profecia

"Mas quem profetiza fala aos homens: ele edifica, exorta, encoraja. Quem fala em línguas edifica a si mesmo, mas quem profetiza edifica a assembléia. Desejo que todos vós faleis em línguas, mas prefiro que profetizeis" (1Cor 14,3-5a).
No dom de línguas, estamos falando a Deus, não aos homens. Mas os homens precisam que a mensagem lhes seja anunciada. Daí a importância do que S. Paulo diz no trecho acima.
Quando Deus nos dá uma palavra de profecia, a assembléia inteira é edificada.
Às vezes, temos uma noção errada a respeito da profecia. Pensamos que se trata de adivinhar o futuro. Nada disso: profeta é aquele que fala em nome de Deus, ou melhor, é o instrumento que Deus precisa do profeta.
Profecia, ou palavra de profecia, é justamente a palavra que Deus expressa por intermédio de alguém. Nada a ver com adivinhar o futuro.
Como acontece a palavra de profecia?
Quando estamos em cima de oração, nasce em nós, em nosso coração, em nossa mente, uma palavra:
"Confiai em mim, porque eu sou o vosso Senhor. Ponde vossa confiança unicamente em mim, porque estais cercados por muitos falsos profetas, por muitas insinuações do mal. Ponde vossa confiança em mim!
Eu sou o vosso Senhor, conduzo vossas vidas, vosso presente, vosso futuro. Confiai em mim, ponde vossa total confiança em mim. Eu sou vosso Senhor, deixai-me conduzir vossas vidas, deixa-me ser vosso Senhor".
A palavra de profecia vem dessa maneira, em primeira pessoa. Na verdade, não sou eu que estou falando. É Deus mesmo falando à assembléia.
A palavra de profecia não é empréstimo de uma frase da Bíblia. Não é repetir o que nos vem na cabeça. Quando estamos num ambiente de oração, oramos, cantamos em línguas; podem vir à nossa mente palavras da Bíblia, o que é ótimo, podem vir até palavras na primeira pessoa, como: Eu sou a Luz do mundo! Eu sou o Bom Pastor! Ótimo. Deixe palavras como estas brotarem em você, acolha-as; é Deus quem inspira. Mas profetizar não é repetir frases bíblicas.
Quando a palavra é de profecia, ela vem e é insistente. No início, quando não estamos acostumados, começamos a ter palpitações, sentimo-nos sufocados! A palavra de profecia é uma ordem imperiosa, ela quer se apresentar. Depois, quando já estivermos acostumados, não há mais palpitação, nos tornaremos mais dóceis e percebemos quando é palavra de profecia!
Na palavra de profecia, o próprio Deus nos fala, às vezes consolando, às vezes exortando, noutras repreendendo. E é interessante notar que o efeito da palavra de profecia sobre a assembléia é muito positivo. a palavra de profecia muda o ambiente do grupo de oração.

O efeito da palavra de profecia faz diferença dentro de nós. Quando há palavras que não são de profecia, o ambiente fica pesado, monótono, o que prejudica a oração.
Com a palavra de profecia não é assim: nós a recebemos e sentimos "aquela sensação gostosa". Mesmo quando é severa, percebemos que vem de Deus, e isso eleva o grupo todo, eleva a oração. Há mais unção, mais força, mais espontaneidade.
Duas ou três palavras de profecia em um grupo de oração se transforma!
Precisamos abrir-mos ao dom de profecia! Precisamos cultivar o dom de profecia.
Obrigado, Senhor, pelo precioso dom da profecia! Eu te peço, para mim e para minha comunidade, o dom da palavra de profecia. Fala conosco, Senhor, nos nossos grupos de oração. Fala-nos, Senhor, queremos torna-nos dóceis à tua palavra.
Queremos ser instrumentos teus, para que fales a teu povo.
Estamos pedindo a manifestação da palavra de profecia, porque nossos grupos precisam, nossos comunidades necessitam, porque a tua Igreja necessita, porque o teu povo, Senhor, anda como ovelha sem pastor.
Dá-nos, Senhor, a palavra de profecia.
Manifesta-te em nós, Senhor, e livra-nos dos empecilhos, dos bloqueios, das barreiras, abre-nos para a maravilhosos dom da palavra de profecia. E, ao mesmo tempo, tira de nós, Senhor, as antigas manias, as coisas erradas, os vícios que adquirimos nos nossos grupos de oração, de repetir palavras nossas, de repetir palavras bonitas, a fim de que possa permanecer a verdadeira palavra de profecia.
Dá-nos, Senhor, pelo poder do Espírito, o dom da palavra de profecia. Fala a teu povo, Senhor! Amém.
É muito importante orar e cantar em línguas nos nossos grupos de oração.
Depois façamos silêncio. É do silêncio que brota a palavra de profecia. Vamos acolhê-la e, se possível, até anotá-la. Essas palavras podem mudar o rumo do grupo de oração.
O grupo deve levar a sério a palavra de profecia, porque, por ela, o Senhor nos fala. Ela pode mudar o rumo das coisas, o rumo da própria Igreja; e é assim que a Igreja, que somos nós, se mantém em ação.
Além da palavra de profecia, existe a chamada "falsa profecia"! Não quero assustar ninguém, por que a falsa profecia é muito rara. Mas já a encontrei algumas vezes!
Quando acontece falsa profecia?
Na falsa profecia, não é Deus quem fala: é o espírito do mal que abusivamente procura falar. Mas como é possível que isso aconteça no grupo de oração?
Pessoas ligadas a algum misticismo estranho à oração e à tradição cristã acabam se misturando ao grupo, por curiosidade, desconhecimento ou até maldade.
Essas pessoas podem trazer palavras de falsa profecia.
Notemos que, assim como a palavra de profecia traz bem-estar ao grupo, a palavra de falsa profecia traz mal-estar; ela agride nossos ouvidos, nos faz sentir mal. Aqueles que têm um bom discernimento logo percebem que se trata de falsa profecia. Ela tem de ser logo detectada, não pode se espalhar pela assembléia: e para isso é necessário muito discernimento!

É preciso tomar algumas providencias porque a falsa profecia é como uma gota de veneno.
Existe ainda "não-profecia", que ocorre quando ficamos repetindo frases bonitas. Parecem profecia, mas não são!
Mas nem por isso vamos ter medo e nos fechar ao dom de profecia.

Dom do Discernimento dos Espíritos

O inimigo age sorrateiramente. Para distinguir sua ação em nosso ambiente, o único meio é o Espírito Santo; ninguém tem por si discernimento.
Paulo VI destacou em um de seus pronunciamentos: "O dom dos dons para os tempos de hoje é o discernimento". E é mesmo, do contrário somos levados por ventos de várias doutrinas, a mesmo, sem saber para onde vamos.
Para possuir discernimento, o básico é aprender a ouvir o Senhor; suas emoções, inspirações. Muitas vezes o sentimento dentro de nós, movendo-nos:
"Faça assim, não diga aquilo", mas em geral sepultamos isso, fazendo até o contrário. O Espírito Santo dá o dom do discernimento àqueles que estão n'Ele, imersos, banhados n'Ele. Àqueles que dão tempo à escuta, à oração, à Palavra.
Temos de ser dóceis à condução do Espírito. É muito necessário distinguir o que vem de Deus, de Jesus, do Espírito Santo, de Maria, dos anjos. Caso contrário, tudo se confunde na nossa cabeça. Deus quer nos dar essa graça, o dom de discernimento dos espíritos, que é resultado de nossas caminhada pela tenda da oração.
É preciso caminhar, progredir e perseverar nos grupos de oração, na Palavra de Deus, na docilidade e no trabalho do Senhor. Assim, vamos nos constituindo terreno cada vez mais próprio para a semeadura. Percebemos que uma palavra não vem de Deus, mas do maligno, quando ela nos faz mal, nos agride.
A falta de discernimento é própria dos iniciantes e dos imaturos. É claro que Deus nos salva nessas situações. Temos sido salvos por Ele, que quer nos dar, cada vez mais, o discernimento dos espíritos, a capacidade de perceber e de sentir em nós o que é de Deus e o que não é; o que vem do Espírito Santo e o que vem do mal.
Temos de ser cuidadosos quanto a isso: pois em nosso espírito humano se misturam o orgulho, a vaidade, o ciúme, a inveja, rivalidades e competições com os outros.
Se não temos o discernimento dos espíritos, podemos pensar que vem de Deus algo que na verdade não vem. Trata-se apenas de orgulho e vaidade de minha parte, e eu engulo tudo como se fosse de Deus.
O senhor tem para nós esse grande dom, esse precioso dom que é o discernimento dos espíritos. Embora ele seja um dom, embora nos seja dado gratuitamente, é resultado, também, da nossa caminhada. Precisamos caminhar e amadurecer e o que nos amadurece é a perseverança, a oração, a Palavra de Deus e a docilidade. E com a maturidade vem também o discernimento dos espíritos.
Que Deus dê a você esse grande dom.
Você pode orar agora:
Senhor, Jesus, peço o discernimento dos espíritos.
Preciso muito desse dom, para não confundir todas as coisas.
Não quero saber de nada de mau, não quero saber confundir. Quero ser guiado, conduzido, orientado por ti.
Dá-me, Senhor, o dom do discernimento dos espíritos.
Amém!
Peço para você a graça da caminhada, do crescimento, para que venha a trilhar o seu caminho com perseverança. Peço que, amadurecido, crescido e arraigado em Jesus, que você tenha todo discernimento, para poder servir ao Senhor cada vez melhor; como bom e prudente, a quem o Senhor pode confiar o que tem de mais precioso.

Dom da Palavra de Ciência

Quando a palavra de profecia surge espontaneamente nos nossos grupos, especialmente depois da oração, do canto em línguas e do silêncio, esse é um momento muito oportuno para Deus nos dar a palavra de ciência.
A palavra de ciência é chamada também palavra de conhecimento.
É como um diagnóstico. Deus nos dá um conhecimento que não poderíamos alcançar por nosso próprio esforço. Essa palavra de ciência vem de nós. Chama-se palavra porque nos é dada através de uma expressão, de uma frase, ou de uma imagem. Sua função é indicar algo que Deus que fazer.
Às vezes você está orando por alguém, e lhe sobrevém uma palavra, uma imagem. E, no momento em que você apresenta essa imagem, ela funciona como uma chave de interpretação.
A palavra de ciência vem a nós, ressoa no nosso interior, como imagem que vem à nossa mente. Deus envia a palavra de ciência necessária, a palavra de conhecimento de que uma pessoa precisa, para podermos agir juntos à pessoa e ajudá-la a sair do problema.
Não duvide da palavra de ciência. Use-a na sua oração, ou fale com a pessoa pela qual você está orando, perguntando-lhe o que aquela palavra diz a ela, à vida dela. Use-a para levar a cura aos seus irmãos, para levar-lhes a libertação do reino de Deus, para revelar o mundo sobrenatural, o trono da graça do Rei.
Obrigado, Senhor, pelo precioso dom de ciência!
Dá-me a palavra de ciência e usa-me, Senhor, o quanto quiseres, para agir na vida dos meus irmãos!
Eis-me aqui, meu Senhor e meu Deus. Estou pedindo, Senhor, que manifestes teu poder, manifestes tua glória nesses meus irmãos e irmãs, através da palavra de ciência. Sabes que teu povo está doente, oprimido, amarrado, Senhor!
E queres levar-lhe a verdadeira cura, a verdadeira libertação!
Usa-nos, Senhor, no dom da palavra de ciência.
Amém!

Dom dos Milagres

Ligado à cura está o dom dos milagres. Certas curas são verdadeiros milagres:
acontecem imediatamente de maneira extraordinária. O processo de cura é demorado, mas o milagre é imediato. Além dos milagres no campo da cura, há muitos milagres que o Senhor faz em muitos outros campos da nossa vida.
Pela fé carismática, começamos a perceber os milagres acontecendo nas nossas vidas, nos nossos grupos, em nossas comunidades. O que nunca se esperava acontece, o impossível acontece.
Tenha fé! O senhor pode tudo no campo das finanças, no campo da libertação de vícios, da libertação da prostituição, do adultério. Também no campo da conversão de pessoas que recusam Deus. Ele portanto está disposto, hoje a fazer milagres; basta que acreditemos.
Além da cura, Deus quer fazer milagres em nossa vida. Os santos de que fala o Evangelho foram homens repletos do Espírito, banhados em fé, e suas vidas. A fé está sendo suscitada, e quando temos um povo que acredita, que crê na força do Espírito, os milagres de Deus começam a acontecer no meio de nós.

Dom da fé: a Deus nada é impossível

A fé é o dom que recebemos no batismo. Ele vai acrescentando em nós, a ponto de se tornar uma fé operativa. Não a fé intelectual: "Eu acredito que Jesus pode curar", e só. Não; de tal maneira estou convencido do poder curador do senhor, que minha fé me leva a ser instrumento dele.
Tudo isso depende de estarmos no Espírito Santo e permanecermos Nele.
Se pego um copo e ponho nele água, um pouco de azeite, uma rolhinha e um pavio, terei feito uma lamparina de azeite. Se eu pegar só o pavio e lhe puser fogo, em poucos segundos o pavio se consumirá. Mas, deixando o pavio embebido no azeite estará produzindo luz e calor. Conosco é a mesma coisa: tudo depende de permanecermos embebidos no Espírito. E então Ele, que tem todos os dons, manifesta-se em nós conforme a necessidade.
Leia a Palavra:
"Quando eles chegaram perto da multidão, um homem aproximou-se dele e lhe disse, caindo de joelhos: "Senhor, tem piedade de meu filho: ele é lunático e sofre muito; cai muitas vezes no fogo ou na água. Embora eu o tenha trazido a teus discípulos, ele não o puderam curar". Tomando a palavra, Jesus disse: "Geração incrédula e transviada, até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui". Jesus ameaçou o demônio, que saiu do menino, e este ficou curado desde aquela hora.
Então os discípulos, aproximando-se de Jesus, disseram-lhe em particular: "E nós, por que não conseguimos expulsá-lo?"
Ele lhes disse: "Por causa da pobreza de vossa fé. Pois, em verdade, eu vos digo, se um dia tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direi a está montanha: Passa daqui para acolá; e ela passará. Nada vos será impossível" (Mateus 17,14-20).
Ore agora:
Tua Palavra é santa, Senhor. Tua Palavra é a Verdade. Eu quero acolher, viver esta Verdade. Acolho, agora, a Tua Palavra. A Tua Palavra é a Verdade. A Verdade está aqui! Eu quero viver esta Tua Palavra AGORA.
Na Bíblia, o episódio que acabamos de ler vem logo depois da transfiguração.
Jesus vai para o alto do monte, e lá se transfigura diante de Pedro, Tiago e João.
Quando ele desce, encontra esta situação: os apóstolos tinham recebido aquele pai, e não conseguiram fazer nada pelo filho dele. Jesus expulsou o demônio, o menino ficou curado e Jesus o devolveu ao pai.
Segue-se então a parte mais importante do Evangelho, no v. 19: "Então os discípulos disseram-lhe em particular:
"Por que não pudemos nós expulsar esse demônio?"
Ele lhes disse:
"Por causa da pobreza de vossa fé" (Mt 17,20a)
Que é isso! Os apóstolos não tinham fé?
Nós dizemos: "Claro que tinham!" Eles acreditavam em Jesus, acreditavam que ele era o filho de Deus, acreditavam que Jesus curava, acreditavam que ele expulsava o demônio. Eles acreditavam que o poder de Deus estava em Jesus.
Acreditavam que Deus os estava usando. Prova disso é que foram à frente de Jesus, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, pregando, curando e vendo curas acontecerem.
Eles viram! Portanto, acreditavam. Porém, diante daquela situação, diante do menino naquele estado, não acreditaram. Eles se julgaram muito pequenos para aquilo e Jesus foi claro: "Por causa da pobreza de vossa fé".
E Jesus continua:
"Em verdade, eu vos digo: se um dia tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: passa daqui para acolá e ela passará. Nada vos será impossível" (Mt 17,20b).
Jesus nem está exigindo uma grande fé, uma fé da altura de uma montanha.
Basta que tenhamos fé do tamanho de um grão de mostarda e que nos valhamos dela.
Eis o que importa: temos acreditado em Jesus, no poder de Jesus; mas, infelizmente não cremos que Deus quer curar as pessoas que se apresentam diante de nós, que o senhor quer tocar as pessoas, convertê-las, por intermédio de nós, do nosso ministério, da nossa oração.
O senhor quer reverter essa situação e nos convencer. Basta que tenhamos uma fé do tamanho de um grão de mostrada.
Eu digo sempre: "Use, meu filho! Use, minha filha!" Basta que se tenha uma fé bem pequenininha!
Quando Jesus diz que podemos remover uma montanha, Ele se refere a algo impossível. E a certeza de fé não é grande, é uma certeza muito sutil. Mas você percebe que ela vem de Deus! E é por isso que você precisa agarrar-se à certeza da fé, e ir por ela, e fazer as obras de fé. Deus está querendo isso de você.

É importante acreditar e começar a realizar aquilo que a Palavra diz:
"Recordo-te que tens de reativar o Dom de Deus que está em ti" (2Tm 1,6).
O dom de Deus está em nós. Quando Deus derrama o Espírito Santo, derrama-o por meio de dons.
"Não há batismo no Espírito sem dons" (D. Terra). Há na Igreja até quem aceite o derramamento do Espírito Santo: eu sei que há padres e bispos aceitando o derramamento do Espírito Santo, sem aceitar os dons.
Fique claro que o derramamento do espírito Santo vem com os dons, e não há derramamento do Espírito Santo sem os dons.
Usar os dons do Espírito Santo não faz de você melhor do que ninguém. Você é simplesmente filho de Deus. Eu recebi o Espírito Santo, e com o Espírito Santo, eu recebi o dom da fé; e o dom da fé, embora pequenininho como um grão de mostarda, está operando em mim. E eu quero agir de acordo com a fé que Deus me deu.
Você pode rezar assim:
O carisma de Deus está em mim! O Senhor quer que eu reinflame o dom que está em mim, e aja de acordo com a fé. A minha fé é do tamanho de um grão de mostarda, mas preciso usá-la, levando o carisma de Deus aos meus irmãos. Sou apenas um mensageiro. Levo o carisma de Deus aos meus irmãos, e Deus opera neles: mas esse trabalho de portador do carisma de Deus eu preciso fazer, e eu vou fazer, pela graça de Deus. Eu quero reinflamar em mim o carisma de Deus que está depositado por Deus no meu coração...
Vinde, Espírito Santo... eu quero o Espírito Santo. Eu sei que o seu amor já foi derramado sobre mim, mas hoje, Espírito Santo, reinflama o carisma de Deus que está em mim. Eu quero usar o carisma de Deus. Usar de acordo com a minha fé. Vem, Espírito Santo!
Sim, eu quero reinflamar o dom de Deus que está em mim, que foi colocado em mim e que hoje o Senhor manda-me usar.
Eu vou usar. Meu Senhor e meu Deus
Amém!

Textos retirados do livro Aspirai aos dons espírituais, Pe. Jonas Abib, editora Sistema Canção Nova de Comunicação, edições Loyola.